Os primeiros a descobrir e fazer uso da seda para confecção de roupas e tapeçaria foram os chineses, por volta de 2600 anos antes de Cristo. "Seda" é a palavra usada para denominar as secreções de filamentos produzidas por alguns tipos de lagartas, popularmente conhecidas como "bichos-da-seda". Com a descoberta da seda, o imperador chinês Hwang-Te confiou a criação do "bicho-da-seda" à esposa, Hish-Ling-Shi. Por séculos, o segredo da origem e confecção da seda ficou restrito aos imperadores; era um tecido nobre em todos os sentidos. Os imperadores chineses, em suas viagens para a Pérsia e Mesopotâmia. presenteavam os reis que visitavam com belíssimas e ricas sedas estampadas.
Até os dias de hoje, apesar da expansão da produção de seda por todo o mundo, a China continua como a maior produtora mundial, graças a um tipo de inseto tão comum àquele país, que coloca cerca de 500 ovos entre quatro a seis dias, e morre em seguida. Seus ovos são minúsculos. Cem ovos pesam somente um grama.
Os chineses observaram que as lagartas poderiam viver, prosperar e procriar em cativeiros, desde que bem alimentadas com folhas de amoreira. Com 30 gramas de ovos, consegue-se aproximadamente 40 mil bichos que devoram 350 kg de folhas de amoreira, em oito semanas.
Na lagarta, enquanto cresce, formam-se dois pequenos vasos, colocados ao longo de seu corpo e que vão se enchendo de um líquido pegajoso. Saem, através de orifícios, dois fios pequenos de uma espécie de baba com a qual o inseto começa a tecer seu casulo. Leva de três a cinco dias até que o casulo fique pronto e, ao fim desse processo, a lagarta perde 50% de seu peso. Se o casulo não for tocado, após duas ou três semanas sairá dele uma pequena borboleta. Alguns fatos históricos marcam a difusão da seda pelo mundo. No começo de sua história, com medo de uma possível invasão pelo povo tibetano, os monges budistas esconderam mais de 10 mil manuscritos e pinturas em seda. como um segredo, nas Cavernas dos Mil Budas, um lugar sagrado. Na época do período romano, em uma batalha próxima ao rio Eufrates, os inimigos, ao verem o brilho
dos estandartes de seda, fugiram apavorados.
Também em Roma, o tecido era privilégio da nobreza — um simples pedaço de uma boa seda chinesa chegava a custar até 300 denaris, o equivalente ao salário de um ano de um soldado romano. O comércio da seda era feito pelos chineses através de uma rota terrestre, passando pelo Himalaia, Índia e Pérsia, até chegar à Turquia, Grécia e Roma, num percurso que ficou conhecido como "rota da seda".
Foi o imperador romano Justiniano quem enviou secretamente dois frades persas à China, para que os mesmos trouxessem ovos do bicho-da-seda e os conhecimentos necessários para a sua criação. Com os ovos contrabandeados, escondidos em uma vara de bambu, os frades retornaram para Constantinopla. No início, a criação do bicho-da-seda, bem como a tecelagem da seda, era um segredo dividido apenas entre o imperador e algumas poucas pessoas que cuidavam da produção do produto. Com tempo, porém, o conhecimento veio a se espalhar por todo o mundo.
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